Luísa da Gama da Costa Gomes (Lisboa, 16 de Junho de 1954) é uma escritora, dramaturga e tradutora portuguesa.
Biografia
Filha de Francisco Dias Costa Gomes e de sua mulher Noémia Maria de Albuquerque Sanches da Gama (Lisboa, 31 de Maio de 1933) e neta materna de Eugénio de Albuquerque Sanches da Gama (Coimbra, 1890 - Lisboa, 1964) e de sua mulher Noémia Judite Ferro de Beça (Luanda, 14 de Julho de 1904 - Lisboa, 10 de Junho de 1975).[1]
Oriunda de uma família de militares, fez os estudos secundários no Instituto de Odivelas. Licenciada em Filosofia na Universidade de Lisboa, foi professora do Ensino Secundário. Iniciou-se como escritora ao publicar 13 Contos de Sobressalto (1981), e daí em diante escreveu contos, romances e teatro. Autora de crónicas, colaborou com os jornais O Independente, Público e Diário de Notícias. Faz tradução literária, nomeadamente para teatro, e foi responsável pela edição da revista Ficções, dedicada à divulgação do conto, quer de autores estrangeiros, quer de autores portugueses.
Destaque também para a realização de trabalhos em parceria, como é o caso do romance O Defunto Elegante, com Abel Barros Baptista, do libreto para o "Corvo Branco", ópera de Philip Glass com encenação de Bob Wilson, estreada durante a Expo 98, em Lisboa, ou da cantata "Sobre o Vulcão" com música de Luís Bragança Gil.
Prémios e Reconhecimento
Distinguida em 1988 com o Prémio D. Dinis da Fundação da Casa de Mateus, pelo romance O Pequeno Mundo.
Em 2010 foi-lhe atribuído o Prémio Fernando Namora com o romance "Ilusão ou O Que Quiserem”.
Venceu o Prémio Literário Casino da Póvoa com a obra Afastar-se.[2]
Obras
Ficção
Treze Contos de Sobressalto. Amadora: Bertrand, 1981.
Arnheim & Desirée: mitos para o século vinte. Lisboa: Difel, 1983.
O Gémeo Diferente. Lisboa: Difel, 1984.
O Trono e o Domínio (com Rui Romão). Lisboa: Rolim, 1985.
O Pequeno Mundo. Lisboa: Quetzal, 1988.
Vida de Ramón. Lisboa: Dom Quixote, 1994.
Olhos Verdes. Lisboa: Dom Quixote, 1994.
O Defunto Elegante (com Abel Barros Baptista). Lisboa: Relógio d’Água, 1996.
Contos outra vez: 1984-1997. Lisboa: Cotovia, 1997.
Educação para a tristeza. Lisboa: Presença, 1998.
Império do amor. [S.l.]: Tinta Permanente, 2001.
José Matias: entretém para quatro mulheres. Lisboa: Ensemble, 2002.
A galinha que cantava ópera e outras histórias de animais. Lisboa: Dom Quixote, 2005.
A Pirata. Lisboa: Dom Quixote, 2006.
Trava-línguas. Lisboa: Dom Quixote, 2006.
Setembro e outros contos. Lisboa: Dom Quixote, 2007.
Dom Mínimo, o Anão enorme e outras histórias. Alfragide: Texto, 2009.
Ilusão (ou o que quiserem). Lisboa: D. Quixote, 2009.
1910: uma antologia literária, [et al.]. Alfragide: Dom Quixote, 2010.
Cláudio e Constantino: novela rústica em paradoxos. Alfragide: D. Quixote, 2014.
Florinhas de Soror Nada: a vida de uma não-santa. Lisboa: Alfragide, Dom Quixote, 2018.
Teatro
Nunca Nada de Ninguém. Lisboa: Cotovia, 1991.
Ubardo, seguido de A minha Austrália. Lisboa: Dom Quixote, 1993.
Clamor (sobre textos de Vieira). Lisboa: Cotovia, 1994.
Duas comédias: Um filho, seguido de A vingança de Antero ou boda deslumbrante. Lisboa: Relógio d'Água, 1996.
O céu de Sacadura: tragicomédia ambígua. Lisboa: Cotovia, 1998.
Arte da conversação, seguido de Vanessa vai à luta. Lisboa: Cotovia, 1999.
A Vida em Vénus. Lisboa: Culturgest, 2008.
Ópera
O Corvo Branco (White Raven), autora do libreto da ópera composta em 1991 por Philip Glass e encenada por Robert Wilson, por encomenda de António Mega Ferreira, da Comissão para a Comemoração dos Descobrimentos Portugueses, estreada no Teatro Camões, em Lisboa, a 26 de Setembro de 1998.
Não-ficção
Da Costa, praias e montes da Caparica. Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2018.
Ligações externas
«Luísa Costa Gomes» site da escritora
«Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas»
Referências
↑Carlos Lourenço do Carmo da Câmara Bobone, 6.° Conde de Bobone (1997). História da Família Ferreira Pinto Basto. Lisboa: Livraria Bizantina. pp. Volume I e Volume II
↑Queirós, Luís Miguel. «Luísa Costa Gomes vence Prémio Casino da Póvoa com o livro de contos "Afastar-se"». PÚBLICO. Consultado em 24 de fevereiro de 2022