Peripécia

Peripécia (do grego Περιπέτεια, transl. peripéteia, de περι-, peri-: 'em torno de', 'sobre' + πίπτω, píptō: 'cair') é um termo da poética clássica que significa uma mudança repentina, uma reversão das circunstâncias dadas por um evento súbito que provoca uma espécie de revolução no curso da ação e na situação dos personagens de um poema épico, romance ou peça teatral.[1]

A primeira reflexão teórica sobre a peripécia encontra-se na Poética de Aristóteles:

Peripécia é a mutação dos sucessos no contrário, efetuada do modo como dissemos; e esta inversão deve produzir-se, também o dissemos, verossímil e necessariamente. Assim, no Édipo , o mensageiro que viera no propósito de tranquilizar o rei e de libertá-lo do terror que sentia nas suas relações com a mãe, descobrindo quem ele era, causou o efeito contrário ...

—  Aristóteles, Poética, cap.XI, 60; 1452a 22. [2]

A peripécia, ainda segundo Aristóteles, não deve ser casual, e sim fruto de alguma desmedida do herói que deve surgir da própria história, provocando assim a catarse.

Na narrativa contemporânea também encontra-se a peripécia, ainda que por vezes diluída na história. Para dar um exemplo conhecido, em Titanic, o filme de James Cameron, a peripécia dos protagonistas surge com o encontro do navio com um iceberg.

Referências

  1. Rubén Sierra; Danilo Cruz Vélez. La época de la crisis: conversaciones con Danilo Cruz Vélez, p. 76s
  2. ARISTÓTELES. Arte poética. Tradução, comentários e índices analítico e onomástico de Eudoro de Souza. Os Pensadores vol 2. São Paulo: Nova Cultural 1991.

Ver também


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